Por Andrey Sychev e Alexander Ratz
BERLIM (Reuters) - Dois cidadãos russo-alemães foram presos na Alemanha sob suspeita de planejar ataques de sabotagem, incluindo em instalações militares dos Estados Unidos, em um esforço para minar o apoio militar à Ucrânia, disseram autoridades nesta quinta-feira.
Autoridades fizeram buscas nas residências e nos locais de trabalho dos dois suspeitos de trabalhar para um serviço secreto estrangeiro. Um deles, identificado como Dieter S., discutiu desde outubro de 2023 possíveis conspirações com uma pessoa ligada ao serviço secreto russo, disseram promotores.
A Alemanha se tornou um dos maiores fornecedores de ajuda militar de Kiev desde que a Rússia lançou sua invasão em grande escala na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, e é um dos principais alvos das operações de espionagem russas, segundo as autoridades.
"Nossas autoridades de segurança evitaram possíveis ataques com explosivos que tinham a intenção de atingir e prejudicar nossa assistência militar à Ucrânia", disse a ministra do Interior, Nancy Faeser.
"É um caso particularmente sério de suposta atividade de espionagem para o regime criminoso do (presidente Vladimir) Putin."
Dieter S. estava preparado para realizar ataques com bombas e incêndios criminosos em instalações militares, incluindo aquelas operadas pelas forças dos EUA, disseram os promotores, acrescentando que ele tirou fotos e fez vídeos de transportes e equipamentos militares.
De acordo com a revista Spiegel, as instalações incluíam a base militar de Grafenwoehr, no Estado da Baviera, onde os soldados ucranianos recebem treinamento para usar os tanques Abrams dos EUA.
O Kremlin disse que não tinha informações sobre as prisões e a embaixada russa em Berlim afirmou que não havia sido notificada oficialmente. A embaixada dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
(Reportagem de Andrey Sychev, Sabine Siebold e Alexander Ratz)