Por Philip Blenkinsop e Yew Lun Tian
BRUXELAS/PEQUIM (Reuters) - A China ofereceu à União Europeia garantias nesta sexta-feira de que buscará a paz na Ucrânia, mas disse que isso será feito em seus próprios termos, desviando a pressão por uma postura mais dura em relação à Rússia.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse aos líderes da UE que Pequim pressionará pela paz "à sua maneira", enquanto o presidente Xi Jinping disse esperar que a UE trate a China "de forma independente", em um aceno aos laços estreitos da Europa com os Estados Unidos.
A UE disse a Pequim durante a cúpula virtual com Li e Xi para não permitir que Moscou contorne as sanções ocidentais impostas pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Pedimos à China que ajude a acabar com a guerra na Ucrânia. A China não pode fechar os olhos para a violação da lei internacional pela Rússia", disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em entrevista coletiva com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após a primeira cúpula UE-China desde 30 de dezembro de 2020.
"Qualquer tentativa de contornar as sanções ou fornecer ajuda à Rússia prolongaria a guerra", disse ele.
A China está estreitando os laços de energia, comércio e segurança com Moscou, posicionando-se como uma força global que pode enfrentar os Estados Unidos.
Li disse aos líderes da UE que a China sempre buscou a paz e promoveu negociações e está disposta a continuar a desempenhar um papel construtivo junto com a comunidade internacional, informou a emissora estatal CCTV. A CCTV também relatou os comentários de Xi sobre uma política independente da UE.
Michel disse que os dois lados concordaram que a guerra, que a Rússia chama de "operação militar especial", está ameaçando a segurança global e a economia global.
Michel e von der Leyen também descreveram o tom como "aberto e franco", enquanto von der Leyen disse que o comércio entre duas das maiores economias do mundo é muito maior do que os laços econômicos da China com a Rússia.
Mais de um quarto do comércio global da China foi com o bloco e os Estados Unidos no ano passado, contra apenas 2,4% com a Rússia, disse uma autoridade da UE.
(Reportagem adicional de Robin Emmott)