RIAD/DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita, cujas finanças foram atingidas pelos baixos preços do petróleo, anunciou planos para reduzir um déficit orçamentário recorde por meio de cortes de despesas, reformas em subsídios à energia e busca por elevações de receitas por meio de impostos e privatização.
O orçamento para 2016, divulgado pelo Ministério das Finanças nesta segunda-feira, é marcado por uma radical reformulação na política econômica do maior exportador de petróleo do mundo, e inclui reformas politicamente sensíveis das quais as autoridades haviam anteriormente se esquivado.
O plano sugere que o reino não conta com uma recuperação maior dos preços do petróleo tão cedo, e ao invés disso está se preparando para um período de anos com petróleo barato. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou em outubro que Riad poderia ficar sem dinheiro em cinco anos se não apertasse os cintos.
"Nossa economia tem potencial para enfrentar desafios", disse o Rei Salman em um discurso, adicionando que o orçamento de 2016 inaugura uma fase em que o reino deverá diversificar suas receitas.
O Ministério das Finanças disse na peça orçamentária que vai rever subsídios para água, eletricidade e produtos de petróleo ao longo dos cinco próximos anos.
Esse é um passo politicamente sensível, uma vez que o reino teve como tradição manter os preços domésticos entre os menores níveis no mundo, como medida de bem-estar social.
Qualquer mudança terá como objetivo tornar o uso de energia mais eficiente, e buscará minimizar efeitos negativos em sauditas de baixa e média renda, disse o ministério.
A pasta também citou que deverão ser realizadas outras reformas, incluindo "privatização de uma série de setores e atividades econômicas", sem dar detalhes.
(Por Angus McDowall e Andrew Torchia; reportagem adicional de Marwa Rashad, Reem Shamseddine, Hadeel Al Sayegh, Celine Aswad e Katie Paul)