Por Axel Bugge
LISBOA (Reuters) - O fundador do Wikileaks, Julian Assange, disse nesta terça-feira que a publicação do grupo de material relacionado à candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, não se baseia em qualquer desejo de influenciar as eleições norte-americanas.
"Nos últimos meses, o WikiLeaks e eu, pessoalmente, passamos por uma enorme pressão para parar de publicar o que a campanha de Hillary Clinton diz sobre si mesma", afirmou Assange em um comunicado divulgado por seu consultor jurídico na Web Summit, uma conferência de tecnologia em Lisboa.
"Isto não é oriundo de um desejo pessoal de influenciar o resultado da eleição."
Nos últimos meses o WikiLeaks tem publicado milhares de emails hackeados de John Podesta, chefe de campanha de Hillary.
Assange disse que o Wikileaks não obteve informações sobre o candidato republicano Donald Trump. "Não podemos publicar o que não temos", afirmou.
Assange disse que o WikiLeaks continuará a publicar informações confidenciais, independentemente de quem vencer as eleições dos EUA.
"Os candidatos democratas e republicanos expressaram hostilidade em relação aos denunciantes", declarou ele.
Assange vive na embaixada equatoriana em Londres desde meados de 2012. Há algumas semanas, o governo do Equador reconheceu ter restringido o acesso dele à Internet, despertando especulações de que foi pressionado pelos Estados Unidos por causa do material de Hillary. 2016-11-08T205546Z_2_LYNXMPECA71JP_RTROPTP_1_EUA-ELEICAO-WIKILEAKS.JPG