PARIS (Reuters) - A decapitação de jornalistas por militantes islâmicos na Síria nesta ano mostrou que repórteres enfrentam uma perigosa nova ameaça, disse a organização de liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras nesta terça-feira.
Enquanto o número total de jornalistas mortos em todo o mundo caiu 7 por cento em 2013, para 66, a natureza de algumas das mortes foi uma grande preocupação, disse o grupo sediado em Paris em um relatório anual.
"A apuração do Repórteres Sem Fronteiras para 2014 ressalta uma evolução na natureza de violência contra jornalistas e a maneira na qual certos tipos, incluindo ameaças e decapitações cuidadosamente ensaiadas, estão sendo usadas por motivos muito claros", disse o grupo.
"Raramente repórteres foram assassinados com um sentido tão bárbaro de propaganda, chocando o mundo inteiro."
O país mais mortal do mundo para jornalistas foi a Síria, onde 15 repórteres foram mortos, seguido de territórios palestinos, especialmente Gaza, e leste da Ucrânia, Iraque e Líbia.
A China é o país onde mais jornalistas foram presos, seguida da Eritreia, do Irã, do Egito e da Síria, segundo o relatório.
O número de jornalistas sequestrados cresceu 37 por cento neste ano, para 119, dos quais 90 por cento eram repórteres locais, com a maioria dos casos acontecendo no Oriente Médio e no norte da África.
Cerca de 40 jornalistas ainda são mantidos reféns em todo o mundo.
Devido a "diversas formas de intimidação", segundo o relatório, duas vezes mais jornalistas foram para o exílio nesta ano do que em 2013.
(Por Astrid Wendlandt)