BOSTON (Reuters) - Condenado pelo atentado na maratona de Boston, Dzhokhar Tsarnaev pretendia aterrorizar as pessoas com o ataque mortal de 2013, disse uma promotora norte-americana nesta terça-feira, quando o governo começou a defender a proposta de que o agressor seja sentenciado à pena de morte pela detonação das bombas e seus resultados.
Tsarnaev, de 21 anos e ascendência chechena, foi considerado culpado por matar três pessoas e ferir 264 na linha de chegada da maratona no dia 8 de abril daquele ano e de matar uma policial a tiros quando ele e seu irmão mais velho, Tamerlan, preparavam-se para fugir três dias depois.
"Dzhokhar Tsarnaev assassinou cada uma delas de forma que tivessem tempo de sentir dor", afirmou a procuradora-geral-assistente Nadine Pellegrini na declaração de abertura da promotoria. "Elas tiveram tempo de se sentir assustadas e apavoradas. Mas não tiveram tempo de se despedir. Esta é a própria essência do terror."
Pellegrini disse aos jurados que os promotores usarão parte da semana que vem para apresentar testemunhos sobre quem eram as vítimas de Dzhokhar e sobre o sofrimento enfrentado pelas 17 pessoas que perderam membros do corpo na explosão das duas bombas improvisadas com panelas de pressão.
Os promotores federais, citando materiais da Al Qaeda encontrados no laptop de Dzhokhar e uma nota na qual insinua que o atentado foi uma retribuição pelas campanhas militares norte-americanas em países de maioria muçulmana, procuraram mostrá-lo como um extremista violento.
Mas os advogados de defesa argumentaram que Tamerlan, que morreu em uma troca de tiros com a polícia horas depois do assassinato da policial, era o mentor do ataque, e que Dzhokhar agiu por lealdade a ele.
Os advogados de Dzhokhar optaram por adiar sua fala para a semana que vem, quando devem apresentar suas próprias testemunhas.
(Por Scott Malone)