BERLIM (Reuters) - A polícia lançou buscas em cerca de 190 mesquitas, flats e escritórios relacionados a um grupo islâmico na Alemanha nesta terça-feira, enquanto o governo bania a organização, acusando-a de radicalizar os jovens, disse o Ministério do Interior.
O Ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse que a organização DWR 'True Religion' contatou jovens e distribuiu cópias do Alcorão e outros materiais religiosos e persuadiu cerca de 140 deles a se juntarem aos militantes no Iraque e na Síria.
A DWR não fez referência à ação das autoridades alemãs em seu site e não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.
A chanceler alemã Angela Merkel tem enfrentado pressões para endurecer a segurança após uma série de ataques reivindicados pelo Estado Islâmico em toda a Europa e críticas à sua decisão de deixar cerca de 900 mil imigrantes entrarem no país no ano passado.
"O banimento de hoje não é direcionado contra a distribuição do Alcorão ou às traduções dos Alcorão", disse de Maiziere aos jornalistas.
"O banimento de hoje é direcionado contra o abuso da religião por pessoas propagando ideologias extremistas e apoiando organizações terroristas sob o pretexto do Islã." O grupo possui diversas centenas de membros, acrescentou ele.
A preocupação com o número de imigrantes entrando no país aumentou o apoio ao Alternativa para a Alemanha (AfD), partido populista que diz que o Islã é incompatível com a constituição alemã e que tem desviado apoio dos conservadores de Merkel.
Uma porta voz para o Ministério do Interior afirmou que não havia indicações de que o DWR estivesse planejando ataques.
O banimento significa que o DWR está agora proibido de tomar parte em campanhas de informação e distribuição.
De Maiziere afirmou que as ações de terça-feira em 10 Estados alemães foram a maior repressão ao grupo desde que o governo acabou com o movimento conhecido como Kalifatstaat (Estado do Califado) em 2001, acusando-o de "atividades extremistas".
O governo também baniu cinco outras organizações acusadas de terem aspirações islâmico-jihadistas desde 2012.
(Por Caroline Copley e Madeline Chambers)