Por Paul Carsten
ABUJA (Reuters) - O grupo militante islâmico Boko Haram matou ao menos 60 pessoas em Rann, cidade do nordeste da Nigéria, na segunda-feira, um dia depois de esta ser abandonada pelos militares, disseram a Anistia Internacional e fontes de segurança nesta sexta-feira.
O ataque a Rann, que abriga um campo ocupado por dezenas de milhares de pessoas deslocadas pela insurgência islâmica, foi um dos mais violentos do grupo.
Ele ocorreu uma quinzena depois de o Boko Haram ter tomado a mesma cidade, expulsando soldados nigerianos e assinalando sua reemergência como força capaz de capturar bases do Exército.
O massacre é um desafio para o presidente Muhammadu Buhari, em particular agora que ele pretende se reeleger para um mandato sucessivo de quatro anos em 16 de fevereiro, tendo sido eleito em 2015 em parte com a promessa de restaurar a segurança.
Os militares não responderam a ligações e mensagens pedindo comentários.
Os dois ataques levaram cerca de 40 mil pessoas a fugir, 30 mil delas para o vizinho Camarões, segundo agências humanitárias.
"Este ataque contra civis que já foram deslocados pelo conflito sangrento equivale a possíveis crimes de guerra", disse Osai Ojigho, diretor da Anistia para a Nigéria, em um comunicado.
"Testemunhas nos disseram que soldados nigerianos abandonaram seus postos um dia antes do ataque, demonstrando o fracasso absoluto das autoridades para proteger os civis."