Por Daniel Ramos
LA PAZ (Reuters) - A Bolívia anunciou medidas contra as operações de cooperativas de mineiros nesta quinta-feira, uma semana depois do linchamento de um funcionário do governo que tentou dialogar com trabalhadores que protestavam.
Três mineiros foram presos no final de semana pelo assassinato do vice-ministro do Interior Rodolfo Illanes. Entre os acusados está o diretor de uma federação de cooperativas de mineiros que organizou manifestações.
O corpo espancado de Illanes foi encontrado ao lado de uma estrada horas depois de ele ter abordado os manifestantes para debater suas preocupações, disseram autoridades.
Os mineiros, que viram sua renda ser atingida pela desaceleração global nas commodities, vinham exigindo direitos cada vez maiores para trabalhar para empresas privadas, menos restrições ambientais e mais benefícios financeiros. Pelo menos dois deles morreram em confrontos com a polícia na semana passada.
O presidente boliviano, Evo Morales, acusou a oposição de direita de incentivar os protestos para fomentar a discórdia, e seu governo socialista reagiu nesta quinta-feira com restrições mais severas para os mineiros que trabalham em cooperativas.
Cinco decretos foram aprovados depois de uma reunião de gabinete de emergência, disse o ministro da Mineração, Cesar Navarro, em uma coletiva de imprensa. Eles incluem reverter todos os contratos existentes entre cooperativas e empresas privadas ao controle estatal – o governo havia dito existirem 31 contratos deste tipo.