OTTAWA (Reuters) - O Canadá vai parar de emitir vistos para pessoas dos três países da África Ocidental onde ocorre um surto de Ebola, informou o governo nesta sexta-feira.
Ao explicar a decisão, o Ministério da Cidadania Federal disse em um documento oficial que "a introdução ou propagação da doença representaria um risco iminente e grave para a saúde pública".
Quase 5 mil pessoas morreram na Guiné, Libéria e Serra Leoa neste ano, no pior surto de Ebola já registrado. Aumentaram os temores de que a doença possa se espalhar além da região principalmente afetada depois que alguns casos foram diagnosticados na Espanha e nos Estados Unidos.
O Canadá, que não registrou nenhum caso de Ebola até agora, está seguindo os passos da Austrália, que na terça-feira se tornou o primeiro país rico a emitir tal proibição. A autoridade do país encarregada da reação ao Ebola disse que a decisão era medicamente injustificada.
Sob as novas regras, que entram em vigor imediatamente, o Canadá não irá processar pedidos de visto de cidadãos estrangeiros que estiveram em um país atingido pelo Ebola nos três meses anteriores.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está resistindo à pressão para impor restrições de viagem semelhantes.
A decisão do governo conservador provocou forte crítica do opositor Novo Partido Democrático.
"Os especialistas com os quais estamos contando no combate ao Ebola dizem que esta não é a abordagem correta", disse o crítico de saúde do partido, Libby Davies, em comunicado.
Codie Taylor, porta-voz-chefe do ministro da Imigração, Chris Alexander, não respondeu imediatamente a um pedido para comentar o assunto.
(Reportagem de David Ljunggren)