Por Roni Bintang e Al-Zaquan Amer Hamzah
LHOKSUKON, Indonésia/KUALA LUMPUR (Reuters) - A Malásia deteve mais de mil refugiados bengaleses e da etnia rohingya, incluindo dezenas de crianças, segundo a polícia, um dia depois de autoridades resgatarem centenas de pessoas em barcos encalhados ao largo da costa da extremidade oeste da Indonésia.
Nos últimos dias aumentou fortemente o número de refugiados de Bangladesh e Mianmar, países pobres, encontrados à deriva em barcos ao largo da Malásia e Indonésia, depois que a Tailândia, geralmente o destino inicial de pessoas transportadas por redes criminosas, anunciou uma operação contra o tráfico.
Mais de 100 refugiados provenientes desses países foram encontrados à deriva ao sul da Tailândia na semana passada, aparentemente depois de terem sido abandonados pelos contrabandistas.
Estima-se que 25 mil bengaleses e muçulmanos da etnia rohingya de Mianmar embarcaram em barcos de traficantes de pessoas nos primeiros três meses deste ano, o dobro no mesmo período de 2014, segundo a agência de refugiados da ONU, o Acnur. A maioria viaja em barcos precários para a Tailândia, onde é mantida em acampamentos miseráveis na selva até que pague um resgate.
A polícia da ilha de Langkawi, a noroeste da Malásia, perto da fronteira com a Tailândia, disse que três barcos chegaram no meio da noite para descarregar os refugiados, que foram levados sob custódia pela polícia assim que desembarcaram. Um barco foi descoberto depois de ter ficado preso em um quebra-mar, mas outras duas embarcações escaparam. Não foi dada nenhuma informação sobre a tripulação.
"Eles vieram de seus respectivos países, dirigiam-se para a Tailândia e a Malásia, através de Langkawi", disse o chefe da polícia local, Harrith Kam Abdullah, à Reuters. Ele não deu mais detalhes. Os barcos levavam 555 bengaleses e 463 rohingyas, que seriam encaminhados ao departamento de imigração, acrescentou.
(Reportagem adicional de Amy Sawitta Lefevre e Aubrey Belford, em Bangcoc)