Por Dustin Volz e Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - O diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, James Clapper, anunciou sua renúncia nesta quinta-feira e disse que "se sentiu muito bem" em deixar o cargo, terminando um mandato de seis anos como espião de mais alto escalão dos EUA, que incluiu muitas vezes um relacionamento conturbado com o Congresso.
Clapper, de 75 anos e general aposentado três estrelas da Força Aérea dos EUA, irá continuar no cargo até que o presidente Barack Obama deixe a Casa Branca, em janeiro. Ele dizia há meses que pretendia deixar o cargo assim que Obama saísse e seu substituto será escolhido pelo republicano e presidente eleito, Donald Trump.
A carta formal de renúncia de Clapper foi emitida em resposta ao pedido da Casa Branca para que todos os escolhidos políticos da administração de Obama enviassem renúncias até 20 de janeiro, disse um porta-voz do escritório do diretor de Inteligência Nacional.
Clapper se apresentou perante audiência do comitê de inteligência da Câmara dos Deputados dos EUA nesta quinta-feira e o deputado Adam Schiff, democrata mais sênior do comitê, disse esperar que Clapper pudesse ficar no cargo por mais quatro anos.
"Entreguei minha carta de renúncia na noite passada, me senti muito bem", disse Clapper. "Tenho 64 dias restantes".
Em março de 2013, Clapper esteve no centro de uma controvérsia após testemunhar perante o Comitê de Seleção do Senado sobre Inteligência que o governo dos EUA coletava dados de milhões ou centenas de milhões de norte-americanos "sem deliberação".