HANGZHOU, China (Reuters) - O presidente chinês, Xi Jinping, e seu correspondente turco, Tayyip Erdogan, concordaram neste sábado que irão reforçar a cooperação entre os dois países contra o terrorismo, colocando de lado desavenças anteriores em relação ao tratamento que a China reserva a uma minoria muçulmana que fala turco.
Centenas, talvez milhares, de uigures, que querem fugir das agitações da região de Xinjiang, no oeste da China, viajaram clandestinamente, por meio do sudeste asiático, para a Turquia, com a qual muitos acreditam compartilhar laços de religião e cultura.
Pequim disse que alguns uigures acabam lutando ao lado de militantes no Iraque e na Síria.
Mas Ancara prometeu no ano passado manter as portas abertas para refugiados uigures fugindo do que ativistas dos direitos humanos chamam de perseguição religiosa na China. Pequim nega acusações de que restringe a liberdade religiosa dos uigures.
Conversando nos bastidores da reunião do G20, na cidade chinesa de Hangzhou, Xi disse a Erdogan que aprecia a posição da Turquia, que não permitirá que seu território seja utilizado para atos que ameacem a segurança da China.
A China espera que "os dois lados possam alcançar resultados ainda mais substanciais na cooperação contra o terrorismo", disse Xi, de acordo com a agência estatal de notícias Xinhua.
Erdogan, em comentários a repórteres traduzidos do turco para o chinês, disse que o foco tem que ser em reforçar os laços.
"Lutar contra o terrorismo é um problema de longo prazo, e também é um tópico de longo prazo a ser discutido pelo G20", disse.