Por Peter Szekely
NOVA YORK (Reuters) - A cidade de Nova York prometeu escutar sugestões de grupos muçulmanos quando for esboçar novas regras para investigação de atividades políticas, parte de um acordo sobre vigilância policial conduzido após o ataque ao World Trade Center, em 2001.
O acordo, anunciado nesta quinta-feira por ambos os lados após dois anos de conversas, também exige que a polícia de Nova York, a NYPD, envie autoridades de patentes altas para encontro com membros de grupos muçulmanos sediados em Nova Jersey que apresentaram o processo contra a cidade.
Como parte do acordo de 11 páginas, a NYPD prometeu que não irá realizar investigações motivadas por raça, religião ou etnia, de acordo com normas vigentes.
“A resolução deste caso afirma e realça o compromisso da NYPD em realizar investigações eficazes para impedir crime e terrorismo”, disse o comissário da polícia James O’Neill em comunicado.
Os grupos muçulmanos apresentaram processo no tribunal distrital norte-americano de Newark, Nova Jersey, há quase seis anos, exigindo que a polícia da cidade interrompesse a vigilância de mesquitas, empresas e campus universitários como parte de sua operação antiterrorismo.
A NYPD, que admitiu não ter cometido atos irregulares sob o acordo, havia seguido um programa agressivo de vigilância após os ataques de 11 de setembro de 2001, que implementou policiais disfarçados em vizinhanças muçulmanas, organizações e mesquitas. O prefeito Bill de Blasio acabou com o programa pouco após assumir o cargo, em 2014.
O acordo ainda não foi aprovado pelo juiz do tribunal distrital dos EUA William Martini, que presidiu o caso, segundo as partes. Mas advogados para os demandantes disseram esperar que o juiz assine.
Segundo o acordo, a cidade também pagará 75 mil dólares por danos e 950 mil dólares em custos judiciais.