Por Maja Zuvela
RIGONCI, Eslovênia (Reuters) - Os refugiados das guerras na Ásia foram da Croácia para a Eslovênia nesta quarta-feira, já que o fechamento de fronteiras em outros locais os forçaram a encontrar novas rotas para países europeus ricos, o que aumento as preocupações com o sofrimento das pessoas submetidas ao clima frio e úmido da região nesta época.
Na divisa servo-croata, milhares de imigrantes passaram a noite acampados no cruzamento entre as cidades de Berkasovo e Bapska depois que a Croácia fechou as entradas.
Em um sinal de que refugiados e imigrantes ainda estão desesperados para chegar à Europa antes que o inverno iminente torne as viagens por mar perigosas demais, dois barcos cheios aportaram em uma base militar britânica no Chipre – os primeiros a surgirem na ilha.
Diante das muitas pessoas à mercê de condições cada vez piores nos Bálcãs, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu uma reunião extraordinária com vários líderes europeus no domingo.
Juncker convidou os representantes de Áustria, Bulgária, Croácia, Macedônia, Alemanha, Grécia, Hungria, Romênia, Sérvia e Eslovênia.
"Em vista da emergência que se desenrola nos países ao longo da rota migratória do oeste dos Bálcãs, há necessidade de uma cooperação muito maior, de consultas mais amplas e de ação operacional imediata", declarou a comissão em um comunicado.
Na maior crise imigratória e de refugiados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, centenas de milhares de pessoas vêm fugindo da guerra e da pobreza no Oriente Médio, na Ásia e na África este ano, e centenas perderam a vida em travessias arriscadas pelo mar Mediterrâneo.
Na semana passada, a Hungria fechou sua fronteira com a Croácia, que passou a direcionar os imigrantes para a Eslovênia, e esta por sua vez tem tentado deter o fluxo de pessoas que procuram novos caminhos e rotas que vêm sendo limitadas através dos Bálcãs.
Eslovênia e Hungria fazem parte do Tratado de Schengen, que concede passagem livre pela Europa, mas a Croácia não. A maioria das pessoas quer prosseguir viagem em direção à Áustria e à Alemanha, o destino mais popular.
(Reportagem adicional de Igor Ilic no Zagreb, Michele Kambas em Atenas, Ivana Sekularac em Belgrado, Aleksandar Vasovic em Berkasova, Shadia Nasralla em Viena)