BENGHAZI, Líbia (Reuters) - Um navio da Marinha da Líbia foi atingido e 13 pessoas foram mortas durante conflitos intensos envolvendo aeronaves e tanques nesta segunda-feira entre o Exército e militantes islâmicos perto do porto de Benghazi, relataram moradores da cidade mediterrânea.
A batalha foi parte de um conflito mais amplo no Estado norte-africano, onde rebeldes que ajudaram a depor o ditador Muammar Gaddafi em 2011 estão brigando pelo poder e por uma fatia das generosas receitas de petróleo do país.
Forças especiais do Exército, apoiadas por soldados de um ex-general, lançaram uma ofensiva na área de Benghazi duas semanas atrás contra militantes os quais Washington culpa pelo atentado de 2012 contra o consulado norte-americano que matou o embaixador Christopher Stevens.
O Crescente Vermelho evacuou 53 trabalhadores estrangeiros e 14 doentes presos em um hospital próximo do porto, disseram médicos, e o exército deslocou mais tanques e peças de artilharia para dentro da cidade.
Um repórter da Reuters viu uma coluna de fumaça subindo do porto, importante rota de entrada para alimentos, trigo e combustíveis destinados ao leste líbio. Uma fonte de segurança disse que um navio não-identificado da Marinha estava afundando, o que não pôde ser confirmado de imediato. Aviões de guerra foram ouvidos disparando na região do porto.
Dezenas de moradores estão partindo de Benghazi, atentos a um pedido do exército para que evacuem a área portuária e o principal distrito comercial, onde autoridades militares afirmaram que os islâmicos se refugiaram.
Pelo menos 243 pessoas já morreram, 13 delas nesta segunda-feira, desde que o exército iniciou a ofensiva, declararam os médicos.
O exército levou uma equipe multimídia da Reuters a seu quartel-general em Benghazi depois de retomá-lo à força dos militantes na semana passada. Muitos edifícios do vasto complexo foram destruídos ou incendiados.
A Líbia agora está dividida entre tribos rivais e facções políticas, e tem dois governos lutando por legitimidade desde que um grupo armado da cidade de Misrata tomou a capital Trípoli em agosto, obrigando o primeiro-ministro, Abdullah al-Thinni, reconhecido pela comunidade internacional, a deslocar seu gabinete para o leste.
A situação em Benghazi e em outras partes da Líbia é instável, já que as forças governamentais não conseguem controlar as milícias.
As tropas do ex-general Khalifa Haftar, que apoia o exército em Benghazi, têm aviões da força áerea dos tempos de Gaddafi, embora seus inimigos afirmem que ele também recebe apoio aéreo do Egito, que teme a disseminação dos militantes islâmicos.
Haftar nega que está recebendo ajuda aérea egípcia.
(Reportagem de Ayman al-Warfalli e Feras Bosalum)