WASHINGTON (Reuters) - O pedido de Donald Trump para que muçulmanos sejam temporariamente impedidos de entrar nos Estados Unidos não afeta o comprometimento do país com a liberdade religiosa aos olhos de estrangeiros, disse uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA nesta quarta-feira.
No dia 7 de dezembro, uma semana depois de um casal de muçulmanos matar 14 pessoas na cidade de San Bernardino, o republicano clamou por "uma suspensão total e completa da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos até que nossos representantes consigam entender o que está acontecendo".
Discursando enquanto apresentava o relatório anual do Departamento de Estado sobre liberdade religiosa, David Saperstein, o embaixador norte-americano para o tema, foi indagado se os comentários tornam a tarefa de divulgar a tolerância religiosa em nações estrangeiras mais difícil.
"Países de todo o globo... eles veem claramente as restrições constitucionais e institucionais básicas contra violações da liberdade religiosa nos Estados Unidos, e acho que veem claramente e acreditam profundamente na promessa da América de ser um modelo de como tratar todas as pessoas igualmente a despeito da religião", disse Saperstein.
"Isto está claro, e não é afetado pelos comentários aqui", acrescentou. "Não importa quem seja eleito, as instituições e as restrições constitucionais dos Estados Unidos farão com que continuemos seguindo a linha que seguimos nos últimos 200 anos".
À época, as declarações de Trump foram repudiadas pela Casa Branca, pela indicada presidencial democrata Hillary Clinton e por alguns candidatos que então disputavam com o magnata a nomeação republicana à corrida presidencial.
(Por Doina Chiacu e Arshad Mohammed)
((Tradução Redação São Paulo, +5511 56447719))
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