Por Crispian Balmer e Amar Awad
JERUSALÉM (Reuters) - Milhares de nacionalistas israelenses agitando as suas bandeiras marcharam pelo bairro muçulmano da Cidade Velha de Jerusalém neste domingo em um desfile profundamente dividido que, conforme já alertavam facções palestinas, poderia reacender o conflito entre israelenses e eles.
No princípio, a polícia disparou granadas de efeito moral contra palestinos, que atiravam pedras no complexo da mesquita de Al-Aqsa, enquanto um número recorde de judeus visitava o local sagrado, alguns deles aparentemente rezando, o que desafia uma proibição de longa data.
A procissão anual de Jerusalém celebra a captura da Cidade Velha por Israel na guerra de 1967 e atrai milhares de participantes que aplaudem e cantam nas estreitas ruas de pedra.
"Morte aos árabes", gritaram alguns jovens ao entrar no Portão de Damasco, a entrada principal do bairro muçulmano da Cidade Velha. "Os árabes são filhos da puta", gritou um pequeno grupo em frente às antigas muralhas de Jerusalém.
Antes da marcha, a polícia disse que 2.600 judeus visitaram a esplanada da mesquita de Al-Aqsa, um número recorde para um único dia. Alguns dos visitantes usavam trajes religiosos e se prostravam para rezar. Alguns ergueram bandeiras israelenses e cantaram o hino nacional.
O pregador da mesquita, Sheikh Ikrima Sabri, denunciou o comportamento do grupo. "O que aconteceu hoje na mesquita de Al-Aqsa não ocorria desde 1967", disse ele à Reuters, acusando o governo de tentar deliberadamente aumentar as tensões.
O grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, também condenou as cenas, que se tornaram virais nas redes sociais.