DACAR (Reuters) - Pelo menos 28 pessoas, incluindo um voluntário da Cruz Vermelha, foram mortos em confrontos entre rebeldes muçulmanos e uma milícia cristã na República Centro-Africana, disse um alto funcionário da organização humanitária nesta quinta-feira.
Os combates em Mbres começaram na terça-feira e desalojaram centenas de pessoas. A cidade fica na linha divisória entre o sul, dominado pelos cristãos, e o norte, controlado por rebeldes muçulmanos do grupo seleka, que tomou o poder brevemente no ano passado.
Os confrontos aconteceram apenas três dias depois que rebeldes muçulmanos e membros da milícia cristã "antibalaka" participaram de uma cerimônia de paz na região patrocinada pela Minusca, missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Vinte e oito pessoas foram mortas em Mbres. A maioria delas era de moradores", disse Antoine Mbao Bogo, presidente da Cruz Vermelha na República Centro-Africana. "Eu também posso confirmar a morte de um de nossos voluntários, assassinado do lado de fora de sua casa."
O capitão Ahmat Nejad, porta-voz da União para a Paz na República Centro-Africana (UPC) --uma facção do seleka-- disse que o conflito começou depois que a milícia cristã decapitou um comerciante e seu irmão na terça-feira.
Quando os integrantes da UPC foram investigar, milicianos dispararam contra eles, disse Nejad. Ele afirmou que mais de 20 antibalakas foram mortos nos combates, enquanto que apenas um membro da UPC foi morto.
Um porta-voz antibalaka negou que o grupo enviou combatentes para a cidade e disse que os confrontos ocorrerem entre moradores e a UPC.
O pastor de Mbres, Abel Djon Kotta, disse que ele estava com centenas de moradores que buscam refúgio na mata a cerca de 5 quilômetros. "Nós ainda podemos ouvir os disparos na cidade", disse ele.
(Reportagem de Crispin Dembassa-Kette)