Por Stephanie Kelly
NOVA YORK (Reuters) - Uma coalizão de grupos progressistas está pedindo ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a outras autoridades do Partido Democrata que não aceitem apoio ou contribuições de um grupo pró-Israel e seus afiliados.
A coalizão "Reject Aipac" (Rejeite a Aipac), que inclui o grupo Justice Democrats e o Democratic Socialists of America, é direcionada ao American Israel Public Affairs Committee (Aipac) e grupos afiliados. O Aipac, um comitê de ação política, e seus afiliados têm gastado milhões de dólares no ciclo eleitoral de 2024 nos EUA.
A campanha acompanha um movimento cada vez mais organizado dentro do Partido Democrata que protesta contra o apoio de Biden a Israel. Os ataques de Israel a Gaza já mataram mais de 31.000 pessoas, de acordo com autoridades de saúde do enclave, e criaram uma catástrofe humanitária. A ofensiva israelense ocorre em resposta aos ataques de 7 de outubro do grupo militante palestino Hamas, que mataram 1.200 pessoas.
A oposição ao apoio dos EUA a Israel atingiu a votação de Biden nas primárias democratas de Minnesota e Michigan, com a conquista de mais de uma dúzia de delegados eleitos a partir da escolha da opção "descompromissado" -- o que implica que não têm necessariamente o compromisso de votar em um candidato específico.
"A coalizão vem sendo trabalhada há muitos meses para reunir organizações que têm reconhecido a influência destrutiva do Aipac", disse Ashik Siddique, copresidente do Democratic Socialists of America.
A coalizão disse na segunda-feira estar convocando todo o Partido Democrata a não aceitar o apoio do Aipac, acrescentando que o grupo recebe milhões de dólares de doadores que também apoiam os interesses republicanos.
Solicitado a comentar, o Aipac disse em um comunicado que seu único critério para avaliar os candidatos de ambos os partidos é sua posição sobre o fortalecimento da relação EUA-Israel.
A equipe de campanha de Biden e o Comitê Nacional Democrata não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Biden, ex-vice-presidente e ex-senador, há muito tempo é um dos principais beneficiários do lobby pró-Israel, tendo recebido mais de 5,2 milhões de dólares em apoio nos últimos 34 anos, o maior valor entre todos os beneficiários do Congresso, de acordo com a OpenSecrets.