HAVANA (Reuters) - O governo cubano culpou Washington neste domingo pela onda de cubanos que tentam chegar aos Estados Unidos por terra e mar, acusando o governo de Barack Obama de incentivar a imigração ilegal.
Nos últimos dois anos, milhares de cubanos chegara à fronteira do México com os Estados Unidos ou se lançaram ao mar na esperança de alcançar o estado da Flórida, em meio a temores de que o crescente distensionamento das relações entre inimigos da Guerra fria gere uma mudança na política de imigração dos EUA.
Sob uma lei de 1960, a "Lei de Ajuste Cubano", os cidadãos da nação do regime comunista são tratados como imigrantes legais se eles põem os pés em solo norte-americano, diferente de imigrantes de qualquer outro país, que são considerados ilegais.
Em um comunicado do governo divulgado pela imprensa local anunciando a chegada de 14 cubanos deportados pela Colômbia, Cuba disse que estes cidadãos são "vítimas da politização da questão da imigração por parte do governo dos Estados Unidos, o que encoraja a emigração ilegal e insegura".
Cuba disse que seus cidadãos recebam dos Estados Unidos "um tratamento distinto e único no mundo ao recebê-los imediatamente e automaticamente, independentemente das formas e meios utilizados, mesmo que cheguem ilegalmente a seu território."
A Colômbia anunciou esta semana a deportação rápida de mais de mil cubanos que estão presos no país desde maio, em uma aldeia perto da fronteira com o Panamá, em sua tentativa de chegar aos Estados Unidos.
Um relatório do Pew Research Center divulgado neste domingo, disse que durante os primeiros 10 meses do ano fiscal de 2016 mais de 46,5 mil cubanos tinham chegado e haviam sido admitidos nos Estados Unidos sem visto, em comparação com 43 mil em 2015 e pouco mais de 24 mil em 2014.
(Reportagem de Marc Frank)