Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - Cuba informou nesta sexta-feira que vai suspender a proibição a cidadãos cubanos de entrar e sair da ilha caribenha em embarcações comerciais, abrindo o caminho para a Carnival (LON:CCL), operadora de cruzeiros dos Estados Unidos, seguir para o país de Miami na semana que vem.
A decisão é um sinal de que as medidas para normalizar as relações entre os dois países continuam, apesar da retórica anti-EUA dos líderes cubanos na tentativa de acalmar os mais radicais depois da visita histórica do presidente Barack Obama à ilha.
O cruzeiro de 1° de maio da Carnival, o primeiro dos EUA para o país de regime comunista desde a revolução em 1959, foi colocado em dúvida quando a empresa provocou uma reação negativa em Miami ao recusar a travessia de cubanos-americanos devido a uma lei dos tempos da Guerra Fria.
Um comunicado divulgado pela imprensa estatal afirmou que a partir de 26 de abril cidadãos cubanos estariam autorizados a “independentemente do status migratório a entrar e sair como passageiros e tripulação de embarcações de cruzeiro.”
"Nós estamos extremamente satisfeitos. Nós queremos estender os nossos sinceros agradecimentos a Cuba e a nossa equipe que trabalhou de forma dura para ajudar a fazer isso acontecer”, declarou Arnold Donald, executivo-chefe da Carnival, em comunicado.
As novas regras são anunciadas após medidas de quatro anos atrás para facilitar a viagem de cubanos, talvez a maior reforma política no país antes da reaproximação anunciada pelo presidente Raúl Castro e Obama em 2014.
Obama tem facilitado a viagem de norte-americanos para Cuba, mas não suspendeu totalmente as restrições.
"Essas medidas contrastam com a proibição a cidadãos norte-americanos de viajarem para Cuba livremente”, afirmou Cuba em comunicado.