MIAMI (Reuters) - Alguns exilados cubanos vibraram com a perspectiva de ter acesso mais fácil a seus familiares. Alguns ficaram cheios de otimismo, embora contido, com a possibilidade de um descongelamento no relacionamento entre os Estados Unidos e a ilha comunista. E alguns ficaram simplesmente "em estado de êxtase".
A notícia desta quarta-feira de que os EUA irão restaurar relações diplomáticas plenas com Cuba e abrir uma embaixada em Havana pela primeira vez em mais de meio século ecoou profundamente na comunidade de 1,5 milhão de exilados em solo norte-americano, muitos deles opositores de longa data do governo comunista.
"É espantoso", disse Hugo Cancio, que foi para Miami em 1980 e que administra uma revista com escritórios em sua cidade adotiva e em Havana. "É um recomeço, um sonho que se tornou realidade para os 11,2 milhões de cubanos em Cuba, e acho que irá provocar uma mudança na mentalidade aqui na comunidade também".
"Estou extasiado", acrescentou, "trabalhei para este momento durante 25 anos".
Não há lugar em que isso seja sentido mais intensamente do que na Flórida, cuja extremidade está a meros 144 quilômetros das praias de Cuba e que abriga aproximadamente 80 por cento da população cubano-norte-americana do país.
Os telefones tocaram nas casas de muitos expatriados cubanos no Estado, muitos dos quais ainda têm parentes e laços profundos com Cuba.
Pedro Freyre, advogado cubano-norte-americano de Miami, deu as boas-vindas à mudança. "Não é exagero dizer que este é um dia histórico", afirmou Freyre, que já foi republicano e opositor linha-dura de Cuba e que hoje chama a si mesmo de democrata conservador. "Acho que é a coisa certa a fazer no momento certo".
(Por Zachary Fagenson e David Adams)