(Reuters) - A Câmara dos Deputados concluiu nesta terça-feira a votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 443, que vincula os salários da Advocacia-Geral da União (AGU) e de delegados da Polícia Federal, entre outras carreiras, à remuneração de ministros do Supremo Tribunal Federal, de acordo com a Agência Câmara.
A medida é uma das chamadas "pautas-bomba" do Congresso, pois implica aumento de gastos justamente no momento em que o governo busca reequilibrar as contas públicas. De acordo com o Ministério do Planejamento, a aprovação no Congresso da PEC 443 terá impacto de 2,4 bilhões de reais no orçamento da União.
Os deputados, contudo, rejeitaram a emenda que estendia o benefício às carreiras de auditores fiscais da União, Estados e municípios, fiscais federais do Trabalho e procurados de Estados e do Distrito Federal.
A PEC 443 ainda precisa passar por uma segunda votação na Câmara antes de ser analisada no Senado Federal.
O avanço da PEC 443 na Câmara acontece no momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff tenta reequilibrar as contas públicas e evitar que o país perca o rótulo de bom pagador dado por agências de classificação de risco.
A Moody's rebaixou mais cedo nesta terça-feira o rating soberano do Brasil para "Baa3", última nota dentro da faixa considerada como grau de investimento, mas alterou a perspectiva da nota para "estável" ante "negativa".