Por Alessandra Prentice
(Reuters) - Há algumas semanas, o prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, estava trabalhando em um plano para revitalizar a cidade portuária ucraniana, aparecendo em reuniões públicas de camisa e gravata para falar sobre novos investimentos em tecnologia, medicina e educação.
No sábado, ele falava de um porão em uma linha telefônica irregular para quem quisesse ouvir sobre o cerco da cidade pela Rússia, com uma bandeira ucraniana pregada na parede atrás dele.
Boichenko usava uma camiseta e tinha olheiras sob os olhos. Grande parte da cidade estava em ruínas, disse ele.
"Eles estão nos destruindo", disse ele à Reuters em uma videochamada durante a qual era possível ouvir o som de explosões do lado de fora. De acordo com ele, sua principal prioridade agora é ajudar muitas das 400.000 pessoas presas na cidade a escapar.
A maioria dorme em abrigos antiaéreos para escapar de seis dias de bombardeios quase constantes das forças russas e que causaram o corte do fornecimento de alimentos, água, energia e aquecimento, segundo as autoridades ucranianas.
"Eles estão trabalhando metodicamente para garantir que a cidade seja bloqueada", disse Boichenko, de 44 anos, do porão onde sua equipe está temporariamente abrigada e cuja iluminação fraca é feita por um gerador.