WASHINGTON (Reuters) - O democrata de mais alto escalão no Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos descreveu nesta quarta-feira “um padrão em desenvolvimento” no qual testemunhas se negaram a discutir eventos ocorridos após a eleição do presidente Donald Trump em uma investigação do colegiado sobre a Rússia e a eleição de 2016.
“Algumas testemunhas foram adiadas, outras cancelaram, e duas especificamente se recusaram a responder questões sobre os eventos no período”, disse o deputado Adam Schiff em comunicado.
Ele chamou isto de “um padrão em desenvolvimento” durante as últimas semanas.
Na terça-feira, Schiff disse que o comitê pode adotar procedimentos para obrigar Steve Bannon, um ex-conselheiro de Trump, a comparecer à comissão sob risco de sofrer punições, caso ele continuasse a se recusar a testemunhar, após Bannon não cumprir uma intimação. Schiff disse que a Casa Branca limitou seu testemunho a um conjunto pré-aprovado de 14 perguntas.
Bannon agora é esperado para se apresentar perante o comitê da Câmara dos Deputados na semana que vem.
Schiff disse que o comitê foi informado na terça-feira que Corey Lewandowski, ex-gerente da campanha de Trump, irá se recusar a se apresentar novamente ao comitê para testemunhar mais, apesar de ter concordado anteriormente.
Autoridades da Casa Branca e advogados de Bannon ou Lewandowski não responderam pedidos de comentários.
Schiff disse que nem Bannon nem Lewandowski haviam dado razões “legítimas” para se recusarem a se apresentar, e que eles eram esperados para retornarem.
“Será, portanto, necessário que nosso comitê aplique uma intimação a Bannon, e agora siga para forçar testemunho de Lewandowski, entre outros passos excepcionais necessários para avançar a investigação”, disse Schiff.
A Inteligência da Câmara é um dos três comitês congressionais que investigam a Rússia e a eleição norte-americana de 2016, após agências da inteligência dos EUA identificarem que a Rússia tentou influenciar a eleição a favor de Trump.
O procurador especial Robert Mueller também está investigando.
Moscou negou envolvimento na eleição presidencial norte-americana e Trump negou qualquer conluio entre seus associados e Moscou.
(Reportagem de Patricia Zengerle)