Por Richard Cowan e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - Os democratas dos Estados Unidos estão menos esperançosos de obter muitas cadeiras no Congresso mesmo que sua candidata presidencial, Hillary Clinton, vença a eleição desta terça-feira.
A campanha de Hillary pode ter perdido fôlego suficiente para frear o avanço de seus partidários no Senado e na Câmara dos Deputados, algo resultante de um anúncio surpreendente do FBI no mês passado que ressuscitou a polêmica sobre o uso de emails da ex-primeira-dama, disseram assessores de congressistas e analistas.
Se esse for o caso, opinaram, os republicanos provavelmente vão defender sua maioria na Câmara e podem ser capazes de manter alguns assentos no Senado vistos há muito tempo como expostos a uma ofensiva democrata.
Os norte-americanos votam nesta terça-feira para escolher Hillary ou o republicano Donald Trump como presidente e para preencher 34 das 100 vagas do Senado e todas as 435 cadeiras de deputados –as duas instâncias são controladas pelos republicanos na atualidade.
O site de pesquisas RealClearPolitics não indicava nenhuma tendência clara nas principais disputas das duas casas na segunda-feira, já que os democratas estavam à frente em alguns Estados-pêndulos e seus opositores em outros.
Uma análise de disputas ao Senado divulgada também na segunda-feira pelo projeto "Crystal Ball" do cientista político Larry Sabato, da Universidade da Virgínia, projetou que a eleição irá terminar com 50 vagas para cada partido.
A continuação do domínio republicano no Congresso pode frear qualquer pauta legislativa encampada por Hillary. Uma vitória de Trump, aliada a um Congresso republicano, pode levar a um fim abrupto a reforma de saúde do presidente democrata, Barack Obama, conhecida como Obamacare.
Um assessor democrata de alto escalão disse que a controvérsia a respeito dos emails de Hillary, que voltaram à tona quando o diretor do FBI, James Comey, disse no dia 28 de outubro que sua agência iria examinar emails recém-descobertos para saber se estes diziam respeito ao uso de um servidor particular de Hillary quando era secretária de Estado, pode reduzir em ao menos 10 o número de assentos que seus correligionários podem conquistar dos republicanos na Câmara dos Deputados.
No domingo, Comey disse ao Congresso que, após a revisão mais recente, iria manter sua decisão de julho, a de que não há justificativa para acusar criminalmente a ex-senadora.