BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, afirmou nesta quinta-feira que os "bons" são aqueles que têm compromisso com a maioria do povo brasileiro, em referência a declarações da adversária Marina Silva (PSB), também candidata à Presidência, e que é necessário combater a campanha de "mentira" nessas eleições.
As declarações de Dilma ocorreram em evento da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em Brasília, na qual recebeu documento com 13 diretrizes relacionadas ao desenvolvimento rural e ainda a declaração de apoio da entidade à sua reeleição.
"Os bons são aqueles que têm compromisso. Para mim, os bons nesse país são aqueles que têm compromisso com a distribuição de renda e a inclusão social", disse a presidente a jornalistas.
"Todas as pessoas podem ser boas ou podem ser más. Mas as boas pessoas podem não ter compromisso. A pessoa é muito boa, mas o compromisso dela é com outra coisa. Eu prefiro o bom com um compromisso com a maioria da população brasileira", afirmou, ao ser questionada sobre declarações de Marina de que chamará as pessoas boas para governar o país, caso eleita.
Dilma aproveitou o discurso, feito a uma plateia integrada por agricultores, integrantes de movimentos sociais e de entidades sindicais, para alfinetar adversários e afirmar que é necessário combater a desinformação na campanha.
"Agora nós estamos diante de uma campanha que vai estar baseada na mentira. Na mentira como eles fizeram durante a Copa do Mundo. E teve Copa", disse a presidente.
"Eles continuam fazendo um processo desses. E falam e falam e falam. E mostram o seu pessimismo, porque apostam no quanto pior, melhor... A gente tem de ser capaz de nessa disputa deixar clara qual é a realidade."
ECONOMIA
O "desinformação" dos adversários, segundo a presidente, centra fogo também na economia. Dilma afirmou que a inflação vem sendo reduzida e que no último mês "chegou a perto de zero" e criticou a ideia de que a política de aumento do salário mínimo pressione a inflação.
"Eu não pretendo, de maneira alguma, acabar com a política de valorização do salário mínimo, política de valorização do salário, que nós temos certeza que contribuiu para esse país chegar aonde chegou", disse a presidente, ao ser questionada por jornalistas se manterá o reajuste se for eleita.
Dentre os principais temas presentes nas diretrizes entregues à presidente pela Contag, estão a reforma agrária, o fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia, a previdência rural e a violência no campo, entre outros.
Dilma se comprometeu com a reforma agrária, com melhorias no crédito e assistência rural, além de aumentar o número de casas contratadas pelo Minha Casa, Minha Vida Rural.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)