Promoção de Black Friday! Economize muito no InvestingProGaranta até 60% de desconto

Dilma diz que regulamentar terceirização é urgente, mas é preciso manter direitos

Publicado 30.04.2015, 15:22
© Reuters. Presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que é "necessário" e "urgente" regulamentar a terceirização no país, mas disse que seu governo tem o compromisso de manter as garantias e os direitos trabalhistas.

Em reunião com representantes de centrais sindicais, a presidente afirmou ainda que deve haver uma diferenciação entre a contratação de mão de obra terceirizada para atividades-fim e para atividades-meio de uma empresa.

"O esforço e o compromisso do meu governo é no sentido que ao final desse processo os direitos e as garantias dos trabalhadores sejam mantidos... e tudo faremos para contribuir para isso através do princípio do diálogo", disse a presidente na abertura da reunião, transmitida pela TV oficial do governo NBR.

"Eu sei e vocês sabem que é urgente e necessário regulamentar o trabalho terceirizado no Brasil", afirmou, referindo-se a projeto que regulamenta a terceirização recentemente aprovado na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado.

"No entanto, a regulamentação do trabalho terceirizado precisa manter, do nosso ponto de vista, a diferenciação entre atividades-fim e atividades-meio nos mais diversos ramos da atividade econômica."

Segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, que também participou da conversa, a presidente deixou claro que é contra a "a generalização do instrumento de terceirização".

Dilma aproveitou a ocasião para anunciar a criação de um fórum multissetorial para discutir políticas de emprego, trabalho e previdência.

Dentre os temas a serem abordados pelo grupo, que deve divulgar um relatório em seis meses, segundo Rossetto, estão o fator previdenciário, a idade mínima de aposentadoria, a redução da rotatividade no mercado de trabalho e a formalização das relações trabalhistas.

Para Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o fórum proporcionará o "momento adequado" para discutir o fim do fator previdenciário.

Durante a reunião, Dilma justificou ainda os ajustes que vem promovendo na economia, que incluem alteração em regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários, citando como motivos para interromper as políticas anticíclicas a crise internacional, a queda no preço das commodities e, no campo interno, a uma seca "sistemática".

"Tomamos um conjunto de medidas e fizemos esses ajustes primeiro porque nós queremos reduzir a inflação. Segundo, queremos fazer esses ajustes para voltar a crescer em bases sólidas", afirmou.

O presidente da CUT criticou as duas medidas provisórias com alterações nas regras de acesso a benefícios. Para ele, as MPs não poderiam ter sido anunciadas num contexto de ajuste fiscal e deveriam ter sido objeto de discussão prévia com as centrais antes de sua edição.

"Nós não temos concordância com o texto das medidas provisórias 664 e 665, elas não poderiam e não deveriam ser apresentadas num clima de ajuste fiscal", disse o sindicalista a jornalistas em entrevista coletiva ao lado de Rossetto. "Se tem distorções (no sistema de concessão dos benefícios), que sejam trazidas para a mesa."

A CUT vem ameaçando promover uma greve generalizada caso o projeto da terceirização seja aprovado no Senado na forma como foi enviado pelos deputados, permitindo a terceirização na atividade-fim. Segundo Freitas, a greve também pode se dirigir contra as duas MPs, mas ele não descarta uma negociação para modificar os textos das medidas.

DIA DO TRABALHO

Na entrevista após o encontro com as centrais, Rossetto reafirmou que a presidente irá se pronunciar por ocasião do Dia do Trabalho, em 1º de maio, mas apenas via redes sociais.

Questionado por jornalistas, negou que a decisão de não fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão tenha ocorrido por temor de um novo panelaço, a exemplo do ocorrido quando a presidente falou à nação no Dia Internacional da Mulher. Será a primeira vez desde que assumiu a Presidência que Dilma não fará pronunciamento na TV no 1º de maio.

© Reuters. Presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília

Freitas, da CUT, reconheceu que o pronunciamento via Internet atingirá um número menor de trabalhadores, mas afirmou que o importante é que a presidente fale e se posicione contra a perda de direitos e garantias dos trabalhadores.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello) 2015-04-30T181049Z_1006930001_LYNXMPEB3T0YH_RTROPTP_1_MANCHETES-POLITICA-DILMA-CENTRAIS.JPG

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.