Por Manuel Mogato e Karen Lema
MANILA (Reuters) - O ex-ditador filipino Ferdinand Marcos foi enterrado com honras militares em um cemitério de heróis localizado em Manila nesta sexta-feira, quase trinta anos após sua morte no Havaí, em meio a protestos isolados nos arredores da capital.
Muitos nativos das Filipinas estão revoltados pela maneira como a família de Marcos fez segredo da ocasião do enterro, incluindo a vice-presidente, Leni Robredo, que comparou a cerimônia a um "assalto na calada da noite".
"Isso não é novidade para os Marcos --eles que esconderam riqueza, esconderam abusos de direitos humanos e agora esconderam o enterro-- com total desrespeito pelo Estado de Direito", disse Robredo, que pertence a um partido político anti-Marcos, em um comunicado.
Em agosto, o presidente filipino Rodrigo Duterte, que participa atualmente da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em Lima, no Peru, deu ordens liberando o enterro e cumprindo uma promessa de campanha.
Mas a cerimônia só ocorreu depois de um veredicto da semana passada da Suprema Corte que rejeitou as objeções de grupos de direitos humanos.
"Eu só fui legalmente rigoroso a respeito disso", disse Duterte na capital peruana, defendendo sua decisão de permitir o sepultamento.
"O presidente Marcos foi presidente por um certo tempo e foi soldado. Então é isso. Se ele se saiu melhor ou pior, não há estudo, não há filme a esse respeito. São só as contestações e alegações do outro lado, o que não basta".