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Por Nandita Bose e Gram Slattery e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, foi à Casa Branca nesta sexta-feira em busca de armas para continuar lutando na guerra de seu país com a Rússia, mas encontrou um presidente norte-americano que parece mais empenhado em intermediar um acordo de paz do que em atualizar o arsenal de Kiev.
Embora o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não tenha descartado a possibilidade de fornecer os mísseis Tomahawk de longo alcance que Zelenskiy procura, Trump pareceu indiferente à perspectiva, conforme ele aguarda uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, na Hungria, em questão de semanas.
Depois de falar com Zelenskiy por mais de duas horas, Trump fez um apelo severo a ambos os lados nas mídias sociais para que "parem com a matança e façam um ACORDO!".
"Eles deveriam parar onde estão. Que ambos reivindiquem a vitória, que a história decida!", disse Trump.
A iniciativa de Trump de se reaproximar de Putin, uma estratégia que frustrou Kiev e alguns aliados europeus no passado, lançou uma sombra sobre a troca cordial do presidente dos EUA com seu homólogo ucraniano, enquanto conversavam com os repórteres antes de um almoço privado.
Os dois líderes foram então a portas fechadas, onde também discutiram uma ligação no dia anterior entre o presidente russo e Trump, que se apresentou como um mediador entre as forças em guerra, apesar do fato de a Rússia ter invadido a Ucrânia em 2022.
"SE ENTENDER UM POUCO"
"Acho que o presidente Zelenskiy quer que isso seja feito, e acho que o presidente Putin quer que isso seja feito. Agora tudo o que eles precisam fazer é se entender um pouco", disse Trump aos repórteres.
Zelenskiy, no entanto, observou como tem sido difícil tentar garantir um cessar-fogo. "Nós queremos isso. Putin não quer", disse ele.
O líder ucraniano foi franco, dizendo a Trump que a Ucrânia tem milhares de drones prontos para uma ofensiva contra alvos russos, mas precisa de mísseis norte-americanos.
"Não temos Tomahawks, por isso precisamos de Tomahawks", disse ele.
Trump respondeu: "Preferimos muito mais que eles não precisem de Tomahawks".
Mais tarde, Trump reiterou que quer que os Estados Unidos mantenham seu armamento. "Nós também queremos Tomahawks. Não queremos dar coisas que precisamos para proteger nosso país", disse ele.
Após a reunião, que Zelenskiy descreveu como produtiva, ele disse aos repórteres que não queria falar sobre mísseis de longo alcance, dizendo que os EUA não queriam uma escalada e que ele era "realista" sobre sua chance de obtê-los.
O presidente ucraniano, que conversou por telefone com líderes europeus após a reunião, disse que estava contando com Trump para pressionar Putin "a parar esta guerra".
Quando perguntado sobre a postagem de Trump na mídia social, Zelenskiy disse: "O presidente (Trump) está certo, e temos que parar onde estamos. Isso é importante, parar onde estamos e depois falar".
NOVAS QUESTÕES
Não ficou claro o que Putin disse a Trump que o levou a concordar com a próxima reunião. A cúpula de agosto no Alasca terminou cedo, sem grandes avanços.
O Kremlin disse que muito ainda precisava ser decidido e que a cúpula poderia ocorrer "um pouco mais tarde" do que o período de duas semanas mencionado por Trump.
O tom conciliatório de Trump após o telefonema com Putin levantou questões sobre a probabilidade de assistência de curto prazo à Ucrânia e reacendeu os temores europeus de um acordo que agrade a Moscou. Um porta-voz da União Europeia disse que as conversações seriam bem-vindas se pudessem ajudar a trazer a paz para a Ucrânia.
Perguntaram a Trump nesta sexta-feira se ele estava preocupado com a possibilidade de Putin estar "jogando" com ele para ganhar tempo ao concordar com as negociações.
"Sabe, eu fui enganado durante toda a minha vida pelos melhores deles e me saí muito bem, então é possível", respondeu Trump.
Michael Carpenter, ex-autoridade dos EUA que agora é membro sênior do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, disse que a reunião com Trump não era o que Zelenskiy esperava, mas estava de acordo com a abordagem do governo em relação à guerra.
"A realidade subjacente é que não há inclinação para impor custos à Rússia", disse ele.
O presidente expressou afeição por Zelenskiy, elogiando-o em determinado momento por usar um paletó escuro, depois de ter sido criticado no início do ano por visitar a Casa Branca sem paletó.
"Ele está lindo com seu paletó", disse Trump. "Espero que as pessoas notem... ele é realmente muito elegante."