Por Ulf Laessing e Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - A Tunísia planeja aumentar o auxílio às famílias pobres e pessoas carentes, disse uma fonte do governo neste sábado, em meio a uma forte onda de protestos no país do norte da África.
A fonte não deu mais detalhes, mas foi a primeira vez que uma autoridade falou sobre o aumento da ajuda, uma vez que os protestos, alguns dos quais violentos e que tiveram início na segunda-feira, são contra as medidas de austeridade impostas pelo governo para reduzir o déficit orçamentário.
O presidente Beji Caid Essebsi reuniu-se neste sábado com a coalizão governistas de políticos islâmicos e seculares para debater as manifestações, segundo a fonte, sem dar mais detalhes.
Ativistas de oposição convocaram novos protestos para o domingo, dia que marca o sétimo aniversário da queda do autocrata Zine El-Abidine Ben Ali, o primeiro líder a ser derrubado na onda da "Primavera Árabe" de 2011, cujos protestos tomaram conta da região.
No sábado, centenas de manifestantes ocuparam as ruas em Sidi Bouzid, uma cidade central onde o levante de 2011 ganhou força depois que um jovem se incendiou após o confisco de seu carrinho de frutas por policiais que exigiam propina.
Os novos protestos se baseiam na insatisfação geral acerca dos aumentos de preços e impostos que entraram em vigor em 1º de janeiro.
O governo culpou a oposição e "agitadores" pelo clima de tensão.
Quase 800 pessoas já foram presas por vandalismo e violência, como lançamento de bombas caseiras contra a polícia, informou o Ministério do Interior na sexta-feira.
Os preços do combustível e alguns bens de consumo subiram, enquanto os impostos sobre carros, ligações telefônicas, internet, alojamento em hotel e outros itens também aumentaram.