Por Noah Barkin e Elizabeth Piper
BRUXELAS (Reuters) - Ao chegar à sua primeira cúpula da União Europeia, a primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu que o Reino Unido continuará a ser um parceiro forte do bloco após a desfiliação do país da UE, conhecida como Brexit, e pediu unidade para pressionar a Rússia por suas "atrocidades repugnantes" na Síria.
May, que substituiu David Cameron em julho, depois que os britânicos chocaram a UE decidindo se desligar da união em um referendo, deve explicitar sua visão do Brexit em um jantar com seus 27 homólogos na noite desta quinta-feira.
Seu discurso em uma conferência do Partido Conservador em Birmingham no início de outubro deu a entender que ela está inclinada a um assim chamado "Brexit duro", no qual seu país irá impor limites à imigração e perder acesso ao lucrativo mercado comum da Europa.
Nas últimas semanas, porém, May e seus ministros emitiram sinais diferentes, aprofundando o sentimento de confusão em outras capitais europeias no tocante às suas intenções e aumentando a pressão para que a premiê esclareça o que quer.
"Este é meu primeiro Conselho Europeu, e estou aqui com uma mensagem muito clara: o Reino Unido está saindo da UE, mas continuaremos a desempenhar um papel pleno até sairmos e seremos um parceiro forte e confiável depois que tivermos saído", disse ela aos repórteres na chegada.
Acima de tudo, ela disse ser importante que a UE esteja unida diante da agressão russa na Síria. Nas últimas semanas, o governo sírio e forças russas intensificaram os ataques aéreos a setores rebelados da cidade de Aleppo, matando centenas de civis.
"É vital trabalharmos juntos para continuar a fazer pressão para que a Rússia interrompa suas atrocidades assombrosas, suas atrocidades repugnantes na Síria", disse May.
Os líderes devem debater nesta quinta-feira a situação dos acordos do bloco com países africanos para limitar a imigração destinada à UE a partir de seus territórios, para depois se voltarem ao tópico da Rússia durante o jantar e a questões econômicas, entre elas um acordo comercial pendente entre a UE e ao Canadá, na sexta-feira.
Mas a reunião em Bruxelas pode ser ofuscada pelo Brexit. May já disse que irá invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa da UE até o final de março do ano que vem, dando início a um procedimento de separação de dois anos de duração.