Por Matt Siegel
SYDNEY (Reuters) - Oito crianças foram mortas e uma mulher que era mãe de sete delas foi encontranda ferida no nordeste da cidade australiana de Cairns, disse a polícia nesta sexta-feira, no que vários veículos de comunicação noticiaram como um esfaqueamento coletivo.
A Austrália encontra-se em estado de alerta após a polícia ter invadido, na terça-feira, um café de Sydney no qual um homem mantinha vários reféns. O impasse de mais de 16 horas terminou com três pessoas mortas, incluindo o sequestrador.
A polícia do Estado de Queensland disse em comunicado ter sido chamada a uma casa no subúrbio de Manoora, em Cairns, pouco antes do meio-dia, após relatos sobre a presença de uma mulher com ferimentos graves no local.
Eles encontraram os corpos das crianças, com idades entre 18 meses e 15 anos, ao examinarem o local.
O inspetor-detetive Bruno Asnicar disse que a polícia crê que a mulher é mãe de sete das crianças assassinadas.
"Não há suspeito formal", disse Asnicar a repórteres.
"Estamos falando com uma série de pessoas. Qualquer um que tenha tido qualquer contato nos últimos dois ou três dias é uma pessoa de interesse", disse ele.
A mulher, de 34 anos, recebia tratamento para os ferimentos, disse a polícia, e estava colaborando com a investigação.
Oficiais forenses isolaram o local do crime e as crianças ainda não foram formalmente identificadas.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, disse que os eventos em Cairns são "de partir o coração" e afirmou se tratarem de "dias penosos" para a Austrália.
"Todos os pais sentiriam uma tristeza de fechar a garganta diante do que aconteceu. É um crime indescritível. Hoje, vão haver lágrimas e preces por todos o país para essas crianças", disse ele em um comunicado à imprensa.
A polícia em Cairns pediu por calma.
"Não há necessidade para o público se preocupar com isso, a não ser por ser um evento realmente trágico", disse Asnicar.
"A situação está bem controlada no momento e não deve haver qualquer preocupação para qualquer outra pessoa", afirmou ele.
Oficiais especializados foram enviados a Brisbane, capital de Queensland, para auxiliar nas investigações, acrescentou Asnicar.
A mídia local noticiou que o bairro em que ocorreu o crime é ocupado predominantemente por australianos de origem aborígene, e é conhecido por ter uma alta incidência criminal.
(Reportagem adicional de Jane Wardell)