Por Steve Holland e Brad Brooks
WASHINGTON/UVALDE, EUA (Reuters) - Um dia após prometer aos moradores de Uvalde, no Texas, ações para abordar a violência causada por armas de fogo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, buscou na segunda-feira apelar aos republicanos "racionais" para restringir armas de alto calibre e para tomar novas medidas para prevenir novos atentados.
"As coisas ficaram tão ruins que todos estão ficando mais racionais", disse Biden, um democrata, a jornalistas, enquanto retornava de sua viagem de final de semana para homenagear as 19 crianças e duas professoras mortas na semana passada no pior atentado a tiros em uma escola em uma década.
"A ideia dessas armas de alto calibre --não há, simplesmente, qualquer base racionais para elas, em termos de auto-defesa ou de caça", afirmou Biden.
Os Estados Unidos têm visto centenas de vidas sendo tomadas por dezenas de atentados a tiros nos últimos anos, e rodadas de negociações semelhantes em Washington sobre como reduzí-las não resultaram em ações do Congresso. Os dois partidos continuam profundamente divididos, com os democratas de Biden abertos a restringir as vendas de armas, enquanto os republicanos guardam de maneira zelosa uma visão expansiva sobre o direito às armas.
O governador do Texas, Greg Abbott, do Partido Republicano, disse repetidamente que não vê a restrição às armas como a solução, e focou seu discurso no papel da saúde mental.
As questões permanecem quase uma semana depois que um homem de 18 anos atirou em sua avó antes de se dirigir à Escola de Educação Infantil Robb, no sul do Texas, com um rifle semi-automático AR-15, matando 21 pessoas e ferindo pelo menos outras 17.
A polícia local esperou por cerca de uma hora enquanto as crianças continuavam ligando para o serviço de emergência pedindo ajuda, antes de uma equipe tática da Patrulha de Fronteira invadir o local e matar o atirador.
(Reportagem de Steve Holland em Washington, Brad Brooks em Uvalde, Texas, e Maria Caspani em Nova York)