BOGOTÁ (Thomson Reuters Foundation) - O Paraguai foi instado por uma importante entidade de defesa dos direitos humanos a proteger a vida e a saúde de uma menina grávida de 10 anos, supostamente estuprada pelo padrasto. O país lhe negou um aborto e despertou revolta em todo o mundo.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos interveio esta semana para exigir que o governo paraguaio atue para proteger a menina, que está no sexto mês de gravidez, alertando que ela corre quatro vezes mais risco de morrer no parto do que uma adulta.
O sofrimento da menina, conhecida como Mainumby, desencadeou um debate intenso no Paraguai a respeito de sua rígida lei do aborto, que é proibido na nação de maioria católica em todos os casos, exceto quando a vida da mãe corre perigo.
"A (menina) Mainumby enfrenta uma situação séria e urgente, já que sua vida, sua saúde e sua integridade pessoal estão ameaçadas e em risco", declarou a comissão sediada nos Estados Unidos e um dos 35 membros da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O comunicado deixa claro que o Paraguai precisa melhorar os cuidados com a menina e fazer com que ela receba todo o tratamento médico de que necessita e com que possa participar das decisões que afetam sua saúde.
Entregue na segunda-feira, o comunicado chegou depois que o ministro da Saúde paraguaio recusou um pedido da mãe da menina, feito no final de abril, para interromper a gravidez, decisão descrita pela Anistia Internacional como "equivalente à tortura".
(Por Anastasia Moloney)