Por Susan Cornwell e Alana Wise
WASHINGTON (Reuters) - Democratas, grupos de direitos civis e mesmo alguns republicanos criticaram o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira por haver escolhido o radical de direita Stephen Bannon como um de seus principais assessores e disseram que isso colocaria o movimento nacionalista branco nos escalões principais da Casa Branca.
Nas primeiras nomeações desde a vitória eleitoral surpreendente sobre a democrata Hillary Clinton, Trump escolheu no domingo Bannon como o seu estrategista-chefe e conselheiro e Reince Priebus, um profundo conhecedor de Washington, como o seu chefe de gabinete, dizendo que os dois dividiriam a tarefa de guiar o seu governo como parceiros com o mesmo peso.
A escolha de Priebus foi vista como um sinal conciliatório da disposição de Trump de trabalhar com o Congresso depois que ele tomar posse em 20 de janeiro.
Contudo, críticos atacaram a escolha de Bannon, que liderou a guinada do site Breitbart News para se tornar um fórum para a chamada direita alternativa, um grupo online solto de neonazistas, supremacistas brancos e antissemitas.
“Não se deve amenizar a verdade aqui: Donald Trump convidou um nacionalista branco para os mais altos escalões do governo”, afirmou o senador democrata Jeff Merkley, que pediu que Trump revogasse a escolha.
Democratas e grupos de lobby de esquerda chamaram Bannon de um incentivador do racismo e da misoginia, que é apoiado pelo grupo supremacista branco Ku Klux Klan.
A líder democrata na Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, afirmou que a nomeação de Bannon enviava “um sinal de alarme de que o presidente eleito Trump permanecia comprometido com a visão de ódio e divisão que definiu sua campanha”.
Mesmo alguns conservadores e republicanos manifestaram decepção. Evan McMullin, que concorreu como um candidato conservador independente a Presidência, especulou no Twitter se algum líder nacional republicano iria condenar a escolha do “antissemita” Bannon.
Priebus defendeu Bannon nesta segunda-feira, o chamando de um ex-militar inteligente e de boa formação, dizendo que ele não havia encontrado na convivência com ele o tipo de visões extremistas ou racistas que os críticos apontavam.
“Ele foi uma força para o bem na campanha”, disse Priebus na Fox News, acrescentando que eles estavam de acordo em “quase tudo” em termos de aconselhamento ao presidente eleito.