Por Tom Miles
GENEBRA (Reuters) - Combatentes do Estado Islâmico sequestraram 295 ex-membros das Forças de Segurança do Iraque perto de Mosul, bastião dos militantes, e também obrigaram 1.500 famílias a recuar com eles da cidade de Hammam al Alil, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) nesta terça-feira.
Os raptos aconteceram na semana passada enquanto forças do governo iraquiano, combatentes curdos peshmerga e milícias xiitas, apoiadas por ataques aéreos dos Estados Unidos, levavam a cabo uma ofensiva para recapturar Mosul do Estado Islâmico.
"Pessoas movidas à força ou sequestradas, parece, estão ou sendo usadas como escudos humanos ou – dependendo de suas supostas filiações – mortas", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Acnudh.
Cerca de 100 dos ex-membros das Forças de Segurança foram levados perto da meia-noite de 3 de novembro do vilarejo de Mawaly, que fica aproximados 20 quilômetros a oeste de Mosul. Outros 195 foram raptados entre 1o e 4 de novembro de vilarejos do distrito de Tal Afar.
As famílias sequestradas estão sendo conduzidas de sua cidade para o aeroporto de Mosul, disse Shamdasan.
"O destino destes civis é desconhecido no momento", relatou ela durante um boletim à Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra.
A ONU também tem informações de que ao menos 30 xeiques foram sequestrados no distrito de Sinjar em 2 ou 3 de novembro e levados a um local desconhecido. A entidade está tentando verificar um relato de que 18 deles foram mortos no dia 4 de novembro em Tal Afar, afirmou Shamdasani.
A operação contra o bastião iraquiano do Estado Islâmico entrou em sua quarta semana, e até agora as forças do Iraque só conseguiram se fixar em uma pequena parte de Mosul.