SÃO PAULO (Reuters) - Diane (Virginie Efira) esqueceu seu celular num restaurante após uma discussão com o ex-marido. Quem o encontra é Alexandre (Jean Dujardin), que liga para o contato “casa”, e a encontra. Se num primeiro momento ela fica assustada, pouco depois se sente agradecida pela gentileza, e os dois logo estão conversando como amigos. No dia seguinte, quando marcam a devolução do telefone, ela descobre que o rapaz é um sujeito peculiar.
“Um Amor à Altura” é uma comédia romântica sobre Diane tentando lidar com o fato de que Alexandre tem menos de 1,40 m. de altura. As situações de humor e os empecilhos para o romance surgem exatamente desse fato. Baseado no longa argentino “Coração de Leão”, de Marcos Carnevale, o filme francês segue as regras do gênero, resultando numa narrativa leve, eventualmente tola, mas com coração.
Alexandre é um arquiteto bem-sucedido e está construindo um teatro de ópera, enquanto Diane é advogada e dona de um escritório com seu ex-marido, Bruno (Cédric Kahn), que não para de atormentá-la para que volte com ele.
Se logo de cara a moça se apaixona por Alexandre, uma dúvida persiste: como seu relacionamento será encarado por sua família e amigos? Uma das cenas mais reveladoras é quando sua mãe (Manoelle Gaillard) a recrimina por causa do namorado. O filme pretende mostrar uma certa hipocrisia, pois a mulher é casada com um deficiente auditivo. Para ela, no entanto, isso não é uma inaptidão, pois não é visível a olho nu.
Dirigido por Laurent Tirard (“As Férias do Pequeno Nicolau”), o filme é capaz de exagerar quando quer fazer rir – como a cena, sem graça, quando a mãe de Diane entra na contramão quando a filha lhe conta a novidade. Mas também encontra seus momentos de ternura, embora não explique a que vieram alguns personagens, como o filho de Alexandre, interpretado por César Domboy.
Virginie tem carisma suficiente para ser a mocinha de uma comédia romântica. Já a escolha de Dujardin, de 1,82 m, é um tanto questionável. Sua altura foi manipulada digitalmente ou por truque de câmeras. Ora, não havia um ator de altura parecida com a do personagem competente para o papel? Dessa maneira, o filme soa um tanto hipócrita, indo exatamente contra aquilo que tenta mostrar: uma baixa estatura não é impedimento para nada.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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