Por David Brunnstrom e Ben Blanchard
WASHINGTON/PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos acusaram a China na quinta-feira de elevar as tensões no Mar do Sul da China com a aparente mobilização de mísseis terra-ar em uma ilha em disputa.
John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, disse que imagens de satélites comerciais indicaram o posicionamento "muito recente" de mísseis em Woody Island, parte do arquipélago de Paracelso, o que vai de encontro ao compromisso chinês de não militarizar o Mar do Sul da China.
"Os chineses disseram uma coisa, e no entanto parecem estar fazendo outra", afirmou Kirby durante um boletim à imprensa.
"Não vemos indícios de que... este esforço de militarização terminou. E isso não ajuda nada... para tornar a situação ali mais estável e mais tranquila. Na verdade, está tendo o efeito oposto".
Na quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que seu país terá conversas "muito sérias" com Pequim sobre a militarização do Mar do Sul da China.
A China foi pouco precisa em suas explicações sobre os relatos da mobilização de mísseis, noticiada em primeira mão pela rede de televisão norte-americana Fox News na terça-feira, mas acusou a mídia ocidental de "exagerar" o episódio e disse ter o direito legítimo de possuir instalações militares em um território que vê como seu.
Os chineses reclamam para si a maior parte do Mar do Sul da China, através do qual mais de 5 trilhões de dólares em comércio global circulam todos os anos. Vietnã, Malásia, Brunei, Filipinas e Taiwan também afirmam ter direito a terras na área.
Os EUA não se incluem nesse grupo, mas expressaram grande preocupação com o impacto que os clamores territoriais cada vez mais enfáticos da China na área podem ter nas rotas comerciais vitais que a atravessam.