Por Christian Lowe e Phil Stewart
MOSCOU/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos forneceram à Rússia informações de inteligência que ajudaram a evitar um ataque com bomba potencialmente fatal em São Petersburgo, disseram autoridades norte-americanas e russas no domingo, em uma demonstração pública de cooperação rara diante das tensões entre os países.
O presidente russo, Vladimir Putin, telefonou ao presidente norte-americano, Donald Trump, no domingo, para agradecê-lo pela informação de autoridades dos EUA, que o Kremlin disse ter ajudado a evitar um ataque militante com bomba contra uma catedral da cidade russa, além de outros locais.
A Casa Branca não revelou detalhes sobre o complô, mas disse que o ataque "poderia ter matado um grande número de pessoas". O Kremlin e a Casa Branca não identificaram os suspeitos.
O alerta dos EUA permitiu que agências de segurança russas prendessem os suspeitos antes de eles poderem levar seus planos a cabo, disseram a Casa Branca e o Kremlin.
As relações entre Washington e Moscou vêm sendo prejudicadas por desentendimentos relativos às guerras na Ucrânia e na Síria, embora Trump tenha prometido tentar melhorar os laços bilaterais durante sua campanha eleitoral.
Esse empenho foi dificultado por alegações norte-americanas --negadas pela Rússia-- de que o Kremlin interferiu na eleição presidencial dos EUA no ano passado para ajudar Trump a vencer.
Autoridades russas dizem que Putin não acredita que Trump tem culpa pelas tensões. O telefonema de domingo entre os dois líderes foi no mínimo o segundo do tipo nos últimos dias -- na quinta-feira os dois debateram a crise na Coreia do Norte.
O ataque frustrado teria sido cometido na Catedral Kazansky de São Petersburgo, a segunda maior cidade do país, e em outros pontos da metrópole onde um grande número de pessoas se concentra, informou o comunicado do Kremlin. A catedral é uma atração turística popular.
A Casa Branca indicou que a descoberta do complô é um sinal do que Washington e Moscou são capazes de fazer se cooperarem.
"Os dois líderes concordam que isto serve como exemplo das coisas positivas que podem ocorrer quando nossos países trabalham juntos", disse a Casa Branca, acrescentando que Trump agradeceu a ligação de Putin.
(Reportagem adicional de Steve Holland e Warren Strobel, em Washington)