Por Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades de alto escalão dos Estados Unidos disseram nesta terça-feira que agentes estrangeiros não tiveram um impacto significativo em sistemas de computadores e outros equipamentos usados nas eleições parlamentares de novembro de 2018, apesar de relatos de tentativas de invasão cibernética.
O comunicado dos Departamentos da Justiça e de Segurança Nacional contrastou com a visão de autoridades segundo as quais a eleição presidencial de 2016 foi alvo de um ataque cibernético sofisticado e de uma campanha de propaganda da Rússia para ajudar o republicano Donald Trump a derrotar a democrata Hillary Clinton.
As duas agências disseram que o governo dos EUA não encontrou indícios de que governos ou agentes estrangeiros causaram impacto na votação de novembro passado, quando os democratas conquistaram o controle da Câmara dos Deputados.
Nem campanhas políticas nem urnas eletrônicas ou outros elementos de infraestrutura foram afetados significativamente, disseram os departamentos em um comunicado conjunto, recusando-se a fornecer mais detalhes.
Procuradores norte-americanos estão investigando se a campanha do presidente Donald Trump trabalhou com o Kremlin para vencer a eleição de 2016. Trump negou qualquer conluio, e Moscou também negou envolvimento.
Especialistas em segurança passaram anos alertando que a infraestrutura eleitoral dos EUA --urnas eletrônicas, registros de eleitores e outros sistemas computadorizados-- poderia ser manipulada para mudar contagens de votos ou impedir eleitores de votar.
O pleito de 2016 também ilustrou como hackers podem comprometer candidatos divulgando emails internos e outros documentos delicados e trabalhando para induzir a opinião pública através das redes sociais.
Antes desta votação, autoridades de inteligência e da aplicação da lei dos EUA alertaram que agentes estrangeiros persistiam em seus esforços de manipulação. Procuradores acusaram um cidadão russo de participar de um plano para interferir na eleição apoiado pelo Kremlin.
No ano passado o Congresso aprovou 380 milhões de dólares para ajudar a salvaguardar sistemas eleitorais, e funcionários federais trabalharam com governos estaduais e locais que administram eleições para limitar sua exposição a interferências.
Alguns destes governos relataram tentativas de acessar suas redes antes da votação de novembro de 2018, mas autoridades dos EUA disseram ter sido capazes de evitar ou limitar o acesso.