Por Francois Murphy
VIENA (Reuters) - Os Estados Unidos e o Irã divergiram abertamente nesta quinta-feira na agência de energia atômica da Organização das Nações Unidas pela primeira vez desde que assinaram o acordo nuclear histórico do ano passado, discordando sobre o fato de Teerã insistir em colocar à prova um dos limites definidos com menos rigor no acordo.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que fiscaliza o pacto, disse que o fato de o Irã ultrapassar o limite do seu estoque de material sensível pela segunda vez neste ano poderia minar o apoio dos países ao acordo.
A vitória de Donald Trump, um crítico do acordo, nas eleições presidenciais norte-americanas também levantou dúvidas sobre a continuidade do apoio dos EUA ao pacto, que restringe as atividades nucleares do Irã e suspende sanções contra a República Islâmica.
"O Irã precisa de forma estrita aderir a todos os compromissos e medidas técnicas pela sua duração”, afirmou a embaixadora dos EUA na AIEA, Laura Holgate, em comunicado.
O centro da disputa é relacionado à parte do acordo entre Teerã e seis potências mundiais que limita o estoque de água pesada do Irã, um material usado como moderador em reatores como o inacabado que o país tem em Arak e que foi colocado fora de uso.