Por Thomas Escritt e Toby Sterling
HAIA (Reuters) - O ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic foi condenado a 40 anos de prisão por juízes da ONU, nesta quinta-feira, pelo genocídio de 1995 em Srebrenica e outros nove crimes de guerra.
Karadzic, de 70 anos, a autoridade mais sênior a ser condenada pela Corte Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, foi considerado culpado de 10 entre 11 acusações. Ele foi inocentado de uma segunda denúncia de genocídio em cidades bósnias.
Os juízes da Organizações das Nações Unidas (ONU) consideraram Karadzic culpado de envolvimento no massacre de 1995 em Srebrenica, no qual 8 mil muçulmanos morreram.
O juiz presidente O-Gon Kwon disse que os três anos do cerco de Sarejevo, quando a cidade de sérvios, muçulmanos e croatas foi alvo de ataques por forças sérvias-bósnias, não poderia ter acontecido sem o apoio de Karadzic.
Karadzic é a autoridade mais sênior a enfrentar julgamento perante o tribunal por uma guerra há duas décadas, na qual 100 mil pessoas foram mortas, à medida que exércitos rivais esculpiram a Bósnia por linhas étnicas.
Entre as principais acusações está a que Karadzic, preso em 2008 após 11 anos em fuga, controlou forças sérvias que realizaram os assassinatos em Srebrenica após ultrapassagem da "área de segurança" denominada pela ONU.
Sua sentença será reduzida em pouco mais de 7 anos devido ao tempo já passado na prisão. Ele ficará detido em um presídio ainda a ser decidido. Karadzic deve recorrer, em um processo que pode levar vários anos.