KIRKUK, Iraque (Reuters) - Forças do Iraque iniciaram uma operação de segurança ao longo de uma futura rota de transporte de petróleo com destino ao Irã nesta quarta-feira, dizendo estar desfazendo e "destruindo células dormentes" na área montanhosa de fronteira onde dois grupos armados operam.
Em dezembro, autoridades do setor petrolífero iraquiano anunciaram planos para transportar petróleo de Kirkuk para a refinaria iraniana de Kermanshah por caminhão. A transferência deveria começar na semana passada, e autoridades não quiseram explicar o motivo do atraso, só afirmando que é de natureza técnica.
"Com o objetivo de impor a segurança e a estabilidade, destruindo células dormentes e continuando operações de liberação, uma operação foi iniciada nas primeiras horas desta manhã para liberar áreas a leste de Tuz Khurmato", informaram as Forças Armadas do Iraque em um comunicado.
A operação está sendo conduzida pela 9ª divisão blindada do Exército iraquiano, a força de elite Divisão de Reação de Emergência do Ministério do Interior e milícias apoiadas pelo Irã conhecidas como Forças de Mobilização Popular, com apoio aéreo da coalizão anti-Estado Islâmico liderada pelos Estados Unidos e em coordenação com combatentes curdos peshmerga, disseram os militares.
Uma autoridade de segurança do semiautônomo Governo Regional do Curdistão confirmou a coordenação com os peshmerga.
Fontes das Forças de Mobilização Popular disseram haver entre 200 e 500 combatentes, que pertencem a resquícios do Estado Islâmico e a um grupo militante emergente conhecido como Bandeiras Brancas. Outras fontes de segurança disseram que os militantes são entre 500 e mil.
Acredita-se que os combatentes dos Bandeiras Brancas provêm de populações curdas deslocadas quando forças do governo do Iraque e paramilitares xiitas apoiados por Teerã tomaram áreas ao redor de Kirkuk e Tuz Khurmato em outubro, de acordo com Hisham al-Hashimi, um analista de segurança de Bagdá.
"Os Bandeiras Brancas não têm conexão com o Daesh (Estado Islâmico) nem com o Governo Regional do Curdistão", afirmou, referindo-se às autoridades curdas semiautônomas do norte do Iraque.
Militares iraquianos admitem a existência de um grupo chamado Bandeiras Brancas, mas se recusam a comentar sua composição ou liderança. O Governo Regional do Curdistão não tem "rigorosamente quaisquer relações" com este grupo, disse uma autoridade curda à Reuters.
O transporte de petróleo para o Irã foi acertado mediante um acordo de troca anunciado em dezembro entre os dois países para permitir a retomada das exportações do petróleo de Kirkuk.
(Por Mustafa Mahmoud)