Por Laila Bassam e John Davison
ALEPPO/BEIRUTE (Reuters) - O avanço do Exército da Síria sobre Aleppo desacelerou nesta quinta-feira, mas a vitória continua à vista depois que o presidente sírio, Bashar al-Assad, prometeu que a retomada da segunda maior cidade do país irá mudar o curso da guerra civil de seis anos a seu favor.
Os progressos rápidos dos últimos dias, nos quais as forças do governo e seus aliados recapturaram a histórica Cidade Velha de Aleppo, perderam parte do ímpeto diante de uma resistência firme dos rebeldes, mas a liderança síria está confiante.
Há tempos Assad vem tentando tomar a dividida Aleppo, o que o colocaria no controle das maiores cidades da Síria, do sul, da espinha dorsal do centro e do flanco ocidental que faz fronteira com o mar Mediterrâneo, o que representaria um golpe devastador nos rebeldes que vêm procurando depô-lo.
Nos arredores de Aleppo, o governo e seus aliados também estão pressionando os redutos de insurgentes remanescentes. Em uma entrevista a um jornal sírio, Assad disse que a vitória nessa cidade seria um marco, mas não o fim da guerra.
Na quarta-feira os rebeldes pediram um cessar-fogo imediato de cinco dias e a retirada de civis e feridos, mas não deram sinais de estarem dispostos a se retirar, como exigido por Damasco e por sua aliada Rússia.
"Nos últimos dias, ocorreu uma troca intensa de documentos sobre a situação em Aleppo", disse o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, de acordo com a agência de notícias Interfax.
"Estamos perto de chegar a um entendimento, mas quero alertar contra expectativas altas", afirmou.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse depois de se reunir com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, que não está confiante, mas "esperançoso", em obter um acordo, e que ainda está esperando "certas reações e iniciativas" de Moscou.
A avaliação da Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito de um possível acordo, que resultaria na retirada de civis de áreas sitiadas nas mãos dos insurgentes no leste de Aleppo e no auxílio à entrega de ajuda humanitária, é desalentadora.
A Rússia e os EUA se encontram em "polos opostos" na tentativa de acertar os termos de retirada do leste de Aleppo, disse o conselheiro humanitário da ONU para a Síria, Jan Egeland.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira que especialistas russos e norte-americanos se encontrarão em Genebra no sábado para discutir a situação em Aleppo, informou a agência de notícias russa RIA.