HAVANA (Reuters) - Fidel Castro agradeceu o povo cubano pelas homenagens que marcaram seu 90º aniversário neste sábado em uma coluna publicada pela mídia controlada pelo Estado, na qual o icônico revolucionário de esquerda também criticou os Estados Unidos.
"Quero expressar minha mais profunda gratidão pelos shows em respeito, os cumprimentos e presentes que recebi, que me dão a força para retribuir através de idéias", escreveu Fidel no artigo.
Fidel, que entregou o poder ao seu irmão mais novo, Raúl, em 2008 devido a problemas de saúde, falou sobre sua juventude na fazenda da família na aldeia oriental de Birán, e, em particular, sobre seu pai, que morreu antes da revolução.
"Ele sofreu um bocado", escreveu Fidel. "De seus três filhos homens, o segundo e o terceiro eram ausentes e distantes, ambos cumprindo seu dever em atividades revolucionárias."
Mesmo naquela época, escreveu Fidel, ele sabia que Raúl deveria substituí-lo se alguma coisa acontecesse com ele e principalmente se os Estados Unidos tivessem sucesso em suas tentativas de matá-lo.
"Eu quase ri sobre os planos maquiavélicos dos presidentes norte-americanos", escreveu.
Castro também criticou Barack Obama, desta vez pelo discurso do presidente dos EUA em maio, quando visitou Hiroshima, local atingido pelo primeiro bombardeio atômico do mundo no final da Segunda Guerra Mundial.
"Ele faltou com palavras para pedir perdão pelas mortes de centenas de milhares de pessoas", disse.
(Por Sarah Marsh)