BEIRUTE/MOSCOU (Reuters) - Ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos mataram dezenas de soldados sírios no sábado, disseram a Rússia e um grupo de monitoramento, colocando em risco o cessar fogo intermediado pela Rússia e o EUA e levando Moscou a pedir uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
O Exército dos Estados Unidos disse que a coalizão parou o ataque aéreo contra o que acreditava ser posições do Estado Islâmico no nordeste da Síria, depois de a Rússia ter informado que militares e veículos sírios teriam sido atingidos.
Um militar dos EUA disse que estava "bastante seguro" de que a coalizão atingiu por engano forças sírias.
A Rússia pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas após os ataques aéreos, o que permitiu que militantes do Estado Islâmico brevemente tomassem uma posição do Exército sírio perto do aeroporto de Deir al-Zor.
"Estamos chegando a uma conclusão realmente aterrorizante para o mundo inteiro: que a Casa Branca está defendendo o Estado Islâmico. Agora não pode haver dúvidas sobre isso", disse a agência de notícias RIA Novosti, citando a porta-voz do Ministério do Exterior russo Maria Zakharova.
O Ministério da Defesa russo disse que jatos dos EUA mataram mais de 60 soldados sírios em quatro ataques aéreos realizados por dois caças F-16 e dois A-10 vindo da direção do Iraque.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento com base na Grã-Bretanha e com contatos em todo a Síria, citou uma fonte militar no aeroporto de Deir al-Zor, dizendo que pelo menos 80 soldados sírios haviam sido mortos.
O cessar fogo, que entrou em vigor na segunda-feira, é o esforço de pacificação mais significativo na Síria em meses, mas tem sido prejudicado por repetidas acusações de violações de ambos os lados e por não ter conseguido levar ajuda humanitária a áreas sitiadas.