Por Dominic Evans
AZAZ, Síria (Reuters) - Forças terrestres turcas seguiram neste domingo sua ofensiva na província de Afrin no norte da Síria, afirmou o exército, após a Turquia atacar uma milícia curda apoiada pelos Estados Unidos que pretende expulsar de sua fronteira.
A milícia YPG, apoiada pelos EUA, mas vista como uma organização terrorista pelos turcos, disse ter repelido as forças turcas e seus aliados após confrontos ferozes.
A ação marcou o segundo dia de luta depois que Ancara abriu uma nova frente na guerra síria que já dura quase sete anos. Sob o que o governo turco chamou de "Operação Olive Branch", ataques aéreos turcos neste sábado atingiram posições da YPG em Afrin.
A Turquia está mirando a milícia apoiada pelos Estados Unidos em um momento em que os laços com o aliado Washington parecem perto do ponto de ruptura.
A Turquia vê o YPG como uma extensão do proibido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que realizou uma insurgência mortal de três décadas no sudeste turco principalmente curdo. Os Estados Unidos estão apoiando o YPG na Síria, vendo isso como um parceiro efetivo na luta contra o Estado Islâmico.
"A Operação Olive Branch está acontecendo como planejado, e a operação terrestre começou", disse o exército turco, o segundo maior da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O primeiro-ministro Binali Yildirim disse que a operação criaria uma "zona segura" de 30 km, de acordo com o jornal HaberTurk.
As facções rebeldes do exército sírio livre apoiadas pela Turquia capturaram uma aldeia curda sem resistência e estavam limpando minas terrestres, disse um funcionário turco.
O YPG disse que havia repelido as forças turcas.
"Todos os ataques dos militares turcos contra Afrin foram repelidos até agora e eles foram forçados a recuar", afirmou Nouri Mahmoudi, membro do YPG. Desde a manhã, os combatentes trocaram bombardeios e entraram em confronto ao longo de várias linhas de frente em torno de Afrin, disse.
(Reportagem adicional de Ezgi Erkoyun em Instambul; Orhan Coskun em Ankara e Ellen Francis em Beirute)