Por Dante Carrer
MARSH HARBOUR, Bahamas (Reuters) - O furacão Dorian atingiu as Bahamas nesta segunda-feira, arrancando telhados, derrubando linhas de energia e inundando casas, conforme se dirigia à costa dos Estados Unidos, onde mais de um milhão de pessoas recebeu ordens de retirada.
O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) afirmou em seu mais recente alerta, emitido às 17h (horário local), que o "extremamente perigoso Dorian continua a trazer condições que ameaçam vidas" às ilhas das Bahamas.
O órgão alertou habitantes para que não deixem seus abrigos até que o olho do furacão tenha passado. Os ventos mais fortes da tempestade geralmente estão próximos ao olho.
Até o início da noite desta segunda-feira, o Dorian pairava sobre a ilha Grand Bahama por 36 horas, e a tendência era que permanecesse no local até pelo menos a manhã de terça-feira, disse o boletim do NHC.
A Bahamas Press noticiou no Twitter que um menino se afogou no norte das Bahamas, a primeira fatalidade registrada de um dos mais fortes furacões do Atlântico já registrados. Não houve outros relatos confirmados de mortes ou vítimas.
Pelo menos 13 mil residências nas Bahamas foram destruídas ou seriamente danificadas, disse a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
A tempestade, que foi rebaixado na manhã de segunda-feira à categoria 4, na escala Saffir-Simpson de 5 níveis, teve ventos contínuos máximos de 240 quilômetros por hora, informou o (NHC).
Membros da equipe da Casa Branca revisaram os planos para furacões com autoridades locais. O presidente dos EUA, Donald Trump, vem sendo atualizado a cada hora, disse a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham.
Ventos fortes e ondas altas já estavam sendo relatados no litoral leste da Flórida quando o furacão estava a cerca de 170 quilômetros de West Palm Beach, disse o NHC, acrescentando que o Dorian chegará perigosamente perto do Estado entre a noite desta segunda-feira e o anoitecer de quarta-feira.
Partes do condado de Duval, que abriga Jacksonville, uma das duas maiores cidades da Flórida, receberam ordens de retirada. O condado de Palm Beach, o terceiro mais populoso do Estado e que abriga a estância Mar-a-Lago do presidente Donald Trump, era um dos que foram alvo de ordens de retirada parcial.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, exortou os moradores do litoral a obedecerem às ordens de retirada. "Saiam agora, enquanto é tempo e enquanto vocês têm combustível disponível", disse ele em uma coletiva de imprensa do centro estadual de operações de emergência de Tallahassee.
No centro da Flórida, Mary McNiff, de 92 anos, estava esperando em uma cadeira de rodas para entrar em um ônibus que a retiraria de sua comunidade de idosos em Kissimmeee. "Neste momento estou me sentindo muito bem. Meio ansiosa para que isso acabe de vez", contou.
(Reportagem de Dante Carr em Marsh Harbour, Gabriella Borter em Titusville, Peter Szekely e Kenneth Li em Nova York e Steve Holland em Washington)